Texto elaborado pela aluna Urânia Bueno, apresentado no encerramento do Curso de Formação em Constelação e Consciência Sistêmica do Instituto Aleph – Turma 2017
Chegamos ao encerramento de uma fase de nosso curso de formação em Constelação e Consciência Sistêmica e para contar nossa história vou recorrer em alguns momentos aos poemas de Rumi, poeta que que nos acompanhou durante toda formação. Assim entendi o convite feito por Adriana e Marcelo:
“Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma. Fechemos pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo. Vem, se te interessas, posso mostrar-te.” Rumi
Ao longo do tempo aprendemos que:
“Faltam-te pés para viajar? Viaja dentro de ti mesmo,
e reflete, como a mina de rubis, os raios de sol para fora de ti.
A viagem conduzirá a teu ser, transmutará teu pó em ouro puro.”
Rumi
Esse aprendizado nos fortificou para a caminhada. Dentre os ensinamentos recebidos guardamos
na alma: “Aprenda com o sofrimento, a ferida é o lugar por onde a luz entra em você.”
Rumi
Bem interpretado pela Cida Divina “doeu toma, que é seu.”
Ouvimos:
“Você não é uma gota no oceano. Você é um oceano inteiro.” Rumi
E entendemos: nós somos um, nós pertencemos, somos plenos e capazes.
Encontramos almas irmãs, amigas. Almas que carregam dentro de si o que há dentro de mim.
Com o tempo entendemos porque a Constelação é fenomenológica, pois a história do outro é minha história. Acompanhamos inúmeras vidas passando por nós. Quantos foram representados ao longo desse tempo? Será que centenas? Centenas não, milhares, pois perpassamos por inúmeras gerações de cada sistema apresentado. Viajamos juntos por vários continentes, países, cidades. Tendo uma visão privilegiada e singular de cada um desses lugares. Sentimos as dores dos que morrem em campos de batalhas, das grandes perdas; as dores dos abandonados, dos não vistos e honrados.
Porém presenciamos e nos beneficiamos com imagens de renascimentos e nascimentos, superações e vitórias, reconhecimentos. Cenas de almas se encontrando e reencontrando. Resgates de vidas e suas inserções nesse mundo cheio de brilho e possibilidades.
Quantos quilômetros de lenços foram usados nesse ano para enxugar lágrimas de dores profundas, mas também de felicidades soberbas? Não sabemos. Mas, por hora, números não nos interessam.
Descobrimos o poder do campo mórfico que desnuda segredos, desejos, dores, vergonhas, mas também nos entrega grandes conquistas e nos deu ciência de nossa posição:
Estamos sempre exatamente no CENTRO DO UNIVERSO, pois somos parte de tudo. Temos poder e direito de estar, porém aprendemos que só um lugar nos cabe: O NOSSO LUGAR, nem um centímetro a mais ou a menos. Foram muitas novidades, muito aprendizado, muita descoberta.
Pois o grupo nasceu, como nascem os sistemas e corpos: pequeno, frágil e imaturo.
Mas o grupo cresceu e crescerá independente do espaço físico no qual cada um estiver, pois como SOMOS UM, cada degrau que um de nós galgar, cresceremos todos, pois em algum ponto estaremos sempre ligados. APRENDEMOS MUIIIITO. Sem dúvidas!
Mas agora chegou o momento de fechamento de ciclo.
Nos curvemos em reverência e agradecimento aos gestadores e mestres do curso: Marcelo e Adriana.
Agradeçamos a dedicação, a entrega, a preocupação em nos mostrar esse vasto campo de conhecimento e ação, esse instrumento com grande potencial de aproximar o mundo da luz.
Agradeçamos os alertas, as críticas. Vimos que o crescer dói, mas é essencial para continuidade da espécie, continuidade da vida. Remetamos nossa memória à todos que passaram por aqui, hora como mestres, hora como instrumentos para nosso aprendizado, como foram e são importantes!!!!
Agradeçamos amigos, uns aos outros pela partilha, entrega, pelo desnude que cada um fez de si e em si, confiando no respeito, acolhimento e compartilhamento das dores em comum. Inúmeros agradecimentos poderiam e deveriam ser feitos, mas é hora de terminar, e tomo para isso um último poema de Rumi
“…Na verdade, somos uma só alma, tu e eu.
Nos mostramos e nos escondemos tu em mim, eu em ti.
Eis aqui o sentido profundo de minha relação contigo,
Porque não existe, entre tu e eu, nem eu, nem tu”. Rumi
O qual podemos complementar com: O que realmente existe: o Nós.
Gratidão, por tudo e todos!